Antes da chegada do ano de 2012 há toda uma efervescência em torno deste ano.
Anos atrás escrevi um texto que continua a rodar pela internet, fruto de uma canalização onde deixam bem claro muito do que não é 2012.
Mas poderiam ser escritos milhares de textos com o mesmo teor e as pessoas continuariam a ser alimentadas pelo mesmo mito (ou seja lá como podemos chamar isto) em torno de uma data que não será nada daquilo que esperam, seja para o bem seja para o mal.
Parece que o ser humano adora ser alimentado pelas emoções e seguir feito gado pelas sendas da dor até o seu fatídico e fatal fim.
Sentiram o drama destas últimas palavras da frase anterior?
Eu não consigo entender como as pessoas conseguem ficar inertes diante de tanto sofrimento sem realmente fazer algo positivo, no máximo só choram, condenam ou apedrejam moralmente os outros, mas não fazem mais do que isso. O outro é o vilão ou o mocinho, tal e qual uma novela de televisão ou um filme “uliudiano”. Por quanto tempo?
Será mais fácil ver os morros despencarem levando vidas? Será mais fácil ver milhões morrerem de fome em um único país por conta das inúteis disputas de poder alimentadas pelas indústrias de armas e de petróleo dos países ricos?
Se o cenário é triste, que tal arregaçar as mangas? Não há nada neste planeta que não possa ser modificado, basta escolher: ou piora ou melhora! O problema é que muitas pessoas continuam a acreditar que piora, pois assim alimentam suas vontades suicidas, cansadas/desconsoladas com a rotina diária. Não seria mais fácil se o mundo acabasse logo agora e pronto?! Todos os problemas estariam resolvidos: ninguém mais seria morto pelo preconceito, nenhuma conta mais para pagar, nenhuma doença para ameaçar, enfim: nada...
Olha, seria muito melhor começarmos a descartar nossos medos do amanhã, nossa sede por um armagedon, nossas crenças em naves salvadoras ou messsias promissores. Da mesma maneira que os pais esperam que seus filhos cresçam para serem pessoas que contribuam para um mundo melhor, acredito que se há alguém lá fora cuidando da gente ou olhando para nós, este alguém espera maturidade, não um bando de chorões, um bando de pessoas revelando que são imaturos para encarar a realidade.
Medidas práticas tais como: círculos de meditação pela humanidade; mutirões para ajudar a reconstruir locais, cidades, países; criação de grupos suprapartidários e acima de qualquer ideologia que pressionem os governos a conduzirem políticas que visem o bem estar real de pessoas que vivem em condições de indigência seja numa cidade, num país ou num continente. Enfim, é hora de deixar de lado a comodidade e começarmos a pensar no melhor que podemos fazer pelos outros com aquilo que temos em nossas mãos. Não se trata de idealismo, se trata de união contra o maior de todos os inimigos: nós mesmos! Só nós podemos sair do estado de catástrofe para o estado de humanidade.
Enquanto acharmos que o melhor lugar do mundo é a nossa cama e dane-se o resto, mais faremos parte do resto. Atos simples como os: de manter limpo o ambiente, de escrever algo que beneficie a todos, de fazer da tua profissão uma maneira de beneficiar as pessoas, de incentivar o lado criativo de cada um, de perceber e encaminhar as pessoas para as suas verdadeiras vocações, de promover a livre discussão de qualquer assunto. Em suma, há muito mais a fazer do que ficar olhando para uma data e esperar para ver se o mundo acaba ou não, se algo acontece ou não, se você estava certo ou não. O futuro depende do que se faz agora e não do que se espera dele.
Que tal a gente parar de dar atenção aos profetas do apocalipse e começarmos a dar atenção aos criadores de novos rumos? Vamos viver!!!
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