Sobre Marco Menezes

Trabalho, basicamente, com Tarot, Reiki, Numerologia e Astrologia. Sou formado em Farmácia pela UFRJ e lido com óleos essenciais, participei de workshops de florais com os principais co-criadores. Atualmente atendo somente online: via Telegram ou Skype. Este blog é apenas uma maneira de ver o mundo que nos cerca, com todas as nuances que for possível vê-lo. Sinta-se à vontade, mas respeite o espaço! ;)

30 setembro 2009

Inversão dos pólos

A inversão dos pólos magnéticos no Sol

http://www.portaldoastronomo.org/noticia.php?id=298


Visão artística da sonda Ulisses, o Sol e o campo magnético solar. Esta sonda tem prestado contribuições fundamentais para a nossa compreensão do Sol, da heliosfera e da nossa vizinhança interestelar. Crédito: David Hardy.

A sonda Ulisses , lançada em 1990, revelou que o campo magnético do Sol é mais complexo do que se pensava. As linhas do campo magnético do Sol saem do Sol pelo pólo Norte e voltam pelo pólo Sul. Normalmente, a linha que une os pólos magnéticos está alinhada com o eixo de rotação do Sol. Mas, a cada 11 anos, quando o Sol atinge o máximo de actividade, os pólos magnéticos trocam de posição. Julgava-se que esta inversão era um processo rápido, mas as observações da sonda Ulisses indicam que, afinal, trata-se de um processo gradual, que pode demorar até sete anos a concluir. Durante esta lenta inversão, a linha que une os pólos magnéticos – chamada de eixo magnético – começa por aproximar-se do plano do equador do Sol, acabando por passar pelo mesmo, terminando no pólo oposto.

Se esta inversão acontecesse na Terra, as bússolas tornar-se-iam inúteis devido ao facto do eixo magnético da Terra ser praticamente coincidente com o seu eixo de rotação. No entanto, já ocorreram inversões do eixo magnético da Terra. A última vez que tal aconteceu, foi há cerca de 740 000 anos. O estudo de rochas magnéticas levam a concluir que inversões no campo da Terra ocorrem em cada 5000 a 50 milhões de anos, embora seja impossível prevê-los.

Contudo, no caso do Sol, as inversões dos pólos magnéticos são regulares, a cada 11 anos, embora se desconheçam ainda as razões de tal ocorrência. O campo magnético da Terra é mais estável do que o do Sol porque tem origem nas regiões profundas do interior do planeta , constituídas predominantemente por metais.

O campo magnético do Sol, por sua vez, surge devido ao gás de plasma electricamente carregado que constitui o Sol, que é um meio muito mais volátil.

O campo magnético do Sol engloba a Terra e os outros planetas numa gigante bolha magnética. E é esta bolha que nos protege das poeiras cósmicas que atingem o Sistema Solar

Os astrónomos, através dos dados obtidos pela sonda Ulisses, mostraram que, quando o eixo magnético do Sol se encontra perto do plano do equador, uma maior quantidade de poeira interestelar entra no Sistema Solar do que quando o eixo se encontra alinhado com o eixo de rotação (ou seja, perpendicular ao equador).

A entrada de mais poeira no Sistema Solar não causa perigo nem aos planetas, nem aos satélites, pois os grãos de poeira interestelar são minúsculos (um centésimo do diâmetro dum cabelo humano!). No entanto, os astrónomos estimam que nos próximos anos, cerca de 40 000 toneladas de poeira poderão cair na Terra todos os dias. Mas a maior parte dessa poeira será tão pequena que se incendiará na atmosfera, antes de chegar ao solo, aumentando certamente o número de “estrelas cadentes” (meteoros) visíveis à noite.

A sonda Ulisses é a primeira missão a estudar as regiões acima e abaixo dos pólos do Sol. As suas observações têm permitido ver o efeito do Sol no espaço à sua volta.

Fonte da notícia: http://www.esa.int/export/esaCP/SEMDU4ZO4HD_index_0.html

Inversão magnética na Terra

A “inversão geomagnética” é uma mudança no campo magnético da Terra que se dá quando o pólo norte magnético desloca-se para o pólo sul geográfico e vice-versa. Quando tal processo se completar as nossas bússolas passariam a apontar para Antártida, no pólo-sul geográfico, como o sendo o pólo norte ao invés do nordeste do Canadá“.

Qual é a freqüência das ocorrências do fenômeno da inversão geomagnética?

O interior da Terra (Universidade de Chicago)

O interior da Terra (Universidade de Chicago)

As razões inerentes à inversão dos pólos magnéticos são fracamente entendidas, mas esse cenário se relaciona tão somente à dinâmica interna do planeta Terra. Conforme nosso planeta gira, o núcleo interior de ferro fundido flui livremente, forçando os elétrons livres a acompanhar sua movimentação. Este movimento convectivo de partículas carregadas cria um campo magnético que tem seus pólos situados nas regiões polares norte e sul (um dipolo). Isto é conhecido como o efeito dínamo. O campo magnético resultante se comporta aproximadamente como um ímã, permitindo que o campo recubra nosso planeta.

Este campo magnético passa através do núcleo até a crosta terrestre e segue até o espaço formando a magnetosfera, uma bolha protetora que é constantemente assolada pelo vento solar. Uma vez que as partículas de vento solar são iônicas (carregadas eletricamente), a potente magnetosfera da Terra desvia essas partículas, só permitindo sua chegada nas cúspides polares, onde as linhas do campo magnético se “abrem”. Nessas regiões as partículas energéticas tem sua entrada permitida e brilham formando as auroras.

2012: Não haverá inversão geomagnética na Terra!

Normalmente esta situação pode durar por éons (o campo magnético estável entrelaçado através das regiões polares norte e sul), mas sabemos que ocasionalmente o campo magnético terrestre se inverte e altera sua intensidade.

Por que ocorre a inversão geomagnética?

Gráfico que mostra as inversões de polaridade da Terra a o longo dos últimos 160 milhões de anos. Negro = polaridade normal, branco = polaridade invertida. Fonte: Lowrie (1997)

Gráfico que mostra as inversões de polaridade da Terra a o longo dos últimos 160 milhões de anos. Negro = polaridade normal, branco = polaridade invertida. Fonte: Lowrie (1997)

Simplesmente nós não conhecemos as causas reais. O que sabemos é que estas mudanças de pólos magnéticos têm ocorrido algumas vezes nos últimos milhões de anos. A última reversão teve lugar há 780.000 anos, de acordo com as evidências mostradas nos sedimentos ferromagnéticos. As inversões magnéticas têm acontecido de forma bastante caótica nos últimos 160 milhões de anos. Os dados de longo prazo sugerem que o período mais longo de estabilidade entre inversões magnéticas durou quase 40 milhões de anos (durante o período Cretáceo que tem cerca de 65 milhões de anos) e o mais curto demorou algumas centenas de anos.

O que causa a inversão geomagnética?

A Terra modelada: podemos simular em laboratório o campo magnético terrestre? (Flora Lichtman, NPR)

Em um artigo anterior na Universe Today, discutimos os esforços do geofísico Dan Lathrop por criar o seu próprio “Modelo da Terra“, configurando uma bola de 26 toneladas (que continha um elemento análogo do ferro fundido, o sódio) que girava para se ver se o movimento do fluido interno poderia gerar um campo magnético. Este enorme experimento de laboratório é o testamento dos esforços postos na compreensão de como a Terra gera seu campo magnético além da razão do mesmo se inverter aleatoriamente.

Reversão dos pólos: o experimento

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Dan Lathrop, da Universidade de Maryland, espera que a esfera gigante produza campos magnéticos induzidos em seu interior. Desde que o campo magnético terrestre passou a ser medido em detalhe, há meros 160 anos, o campo teve sua intensidade reduzida em torno de 10%.

O mecanismo de dínamo – pelo qual diferentes camadas metálicas no interior do nosso planeta produzem o campo magnético devido à diferença em suas velocidades de rotação – é compreendido de forma geral, mas se está muito longe de compreendê-lo e aplicá-lo em previsões sobre os rumos magnéticos da Terra.

Simulações por computador já foram conduzidas, mas segundo Lathrop, ainda requerem um poder de processamento que as tornam pouco práticas. Daí sua construção de modelos físicos: a esfera de dezenas de toneladas é o quarto protótipo. E se a pesquisa de Lathrop indicar que o campo magnético terrestre irá – ou já está – se invertendo durante os próximos séculos, temos motivo para pânico?

Sabemos que isso terá efeitos na ionosfera e em animais que se valem do magnetismo do planeta principalmente como forma de orientação, mas o fato de que a vida se desenvolve no planeta há mais de quatro bilhões de anos, incluindo formas de vida complexas, incluindo nosso ancestrais que, fisiologicamente, não diferiam tanto de nós.

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Há uma boa compilação de links e fontes no post em Collision Detection, incluindo a página oficial do grupo de Lathrop.

Como curiosidades adicionais ao tema, temos a Anomalia Magnética do Atlântico Sul: poucos sabem que a área próxima do sul do Brasil apresenta uma menor intensidade do campo magnético, o que resulta em uma ionosfera menos espessa e, para efeitos práticos, faz com que satélites sobre nossas cabeças ao sul do Brasil estejam mais vulneráveis às radiações do espaço.

http://scienceblogs.com.br/100nexos/2008/09/reverso-dos-plos-o-experimento.php

A força do campo magnético cresce e decresce…

As variações no campo geomagnético no oeste dos Estados Unidos desde a última inversão. A linha pontilhada vertical indica o valor crítico de intensidade baixo o qual Guyodo e Valet (1999) consideram que têm tido lugar várias excursões direcionais.

As variações no campo geomagnético no oeste dos Estados Unidos desde a última inversão. A linha pontilhada vertical indica o valor crítico de intensidade baixo o qual Guyodo e Valet (1999) consideram que têm tido lugar várias excursões direcionais.

Publicou-se recentemente um artigo contendo novas investigações sobre o campo magnético da Terra, no exemplar de 26 de setembro da revista Science, sugerindo que o campo magnético da Terra não é tão simples como se acreditava. Além do dipolo norte-sul, existe um campo magnético mais débil e disperso por todo o planeta, provavelmente gerado no núcleo externo da Terra.

Têm-se medido variações de força no campo magnético da Terra e é bem conhecido o fato de que a força do campo magnético atual está passando por uma fase com tendência de redução. O novo artigo de pesquisa, co-escrito pelo geocronólogo Brad Singer da Universidade de Wisconsin, sugere que um campo magnético mais débil é crítico para a inversão geomagnética. Se o dipolo mais potente (norte-sul) tem sua força de campo magnético reduzida para um nível inferior de intensidade, comparada com a do campo magnético distribuído, normalmente mais débil, a inversão geomagnética torna-se viável.

“O campo nem sempre é estável, a convecção e a natureza do fluxo se alteram, e isto pode provocar que o dipolo gerado aumente ou diminua de intensidade e força”, disse Singer. “Quando o campo magnético se torna fraco, este fica menos capaz de alcançar a superfície da Terra e o que começamos a ver surgindo é este dipolo não axial, a parte mais fraca do campo magnético”. O grupo de pesquisa de Singer analisou amostras antigas de lava de vulcões no Taiti e Alemanha originadas entre 500.000 até 700.000 anos atrás. Observando um mineral rico em ferro presente nessa lava, denominado magnetita, os investigadores foram capazes de deduzir a direção do campo magnético.

O giro dos elétrons na magnetita é governado pelo campo magnético predominante na ocasião que a lava foi produzida pelos vulcões. Durante as épocas em que o potente campo dipolar domina, estes elétrons apontam na direção do pólo norte magnético. Durante as épocas em que o campo dipolar se enfraquece, os elétrons apontam para onde estiver o campo dominante, neste caso o campo magnético distribuído. Os cientistas acreditam que quando a intensidade do campo magnético dipolar debilitado cai abaixo de certa faixa de valores, o campo magnético distribuído empurra o campo dipolar para fora do seu eixo original, provocando uma inversão geomagnética.

“O campo magnético é uma das características mais fundamentais da Terra”, disse Singer. “Mas ainda é um dos maiores enigmas da ciência. A razão disso acontecer [a inversão geomagnética] é algo que a gente tem questionado durante mais de cem anos”.

Os errantes pólos magnéticos

Embora pareça haver uma tendência atual para uma diminuição da força do campo magnético, a intensidade corrente do campo magnético tem sido considerada acima da média quando a comparamos com as variações medidas na história recente. De acordo com os pesquisadores na Scripps Institution of Oceanography , São Diego, se o campo magnético continuar na sua tendência de queda atual, o campo dipolar será efetivamente zerado em cerca de 500 anos. Não obstante, é mais provável que a força do campo magnético simplesmente se reinicie e aumente sua intensidade como tem sido usual nos últimos milhares de anos, continuando com suas flutuações naturais.

O movemento do pólo norte magnétido terrestre através do ártico no Canadá, de 1831 a 2001 (Geological Survey of Canada)

O movimento do pólo norte magnético terrestre através do ártico no Canadá, de 1831 a 2001 (Geological Survey of Canada)

As posições dos pólos magnéticos, como sabemos, estão dando voltas sobre as localidades no Ártico e na Antártida. Tomando o pólo norte magnético, por exemplo, vê-se que a posição do pólo tem se descolado de forma acelerada sobre as planícies do norte de Canadá com velocidade variando de 10 quilômetros por ano no século XX até 40 quilômetros por ano em medições mais recentes. Pensa-se que se esta tendência persistir o eixo norte irá deixar a América do Norte e penetrar na Sibéria dentro de algumas décadas. Este, todavia, não é um fenômeno novo. Desde a descoberta de James Clark Ross da posição efetiva do pólo norte magnético em 1831, sua posição tem vagado por centenas de quilômetros (embora as médias atuais tenham mostrado alguma aceleração adicional).

Em caso de inversão, o que aconteceria?

O homem primitivo, o homo erectus, sobreviveu à última inversão geomagnética, aparentemente sem sofrer danos.

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Os satélites poderão passar por falhas e os pássaros migratórios ficarão confusos.

Conclusão:

· As inversões geomagnéticas são de natureza caótica. Não há forma de prevê-las com antecedência.

·

· Simplesmente porque o campo magnético da Terra se enfraquece tal não significa que estamos perto do momento de um colapso. O valor da intensidade do campo geomagnético da Terra está “acima da média” se comparamos as medidas atuais com as dos últimos milhões de anos.

·

· Os pólos magnéticos não estão fixos em umas posições geográficas, os pólos se movem (em velocidades variáveis) e tal movimento têm acontecido desde que se iniciaram as medidas de seus comportamentos.

·

Fontes e referências:

US News – Environment: Why Earth’s Magnetic Field Flip-Flops [A new hypothesis on the origins of Earth's magnetic field could shed light on the reason it flip-flops] por Clara Moskowitz, LiveScience

GEOMAGNETISM – How Are Geomagnetic Reversals Related to Field Intensity? Por Kenneth A. Hoffman, Physics Department, California Polytechnic State University, San Luis Obispo

Science.NASA.gov: Earth’s Inconstant Magnetic Field [Our planet's magnetic field is in a constant state of change, say researchers who are beginning to understand how it behaves and why]

29 setembro 2009

O Chico não pára!

"Há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia."
( William Shakespeare )

Mistérios durante as gravações do filme sobre a vida de Chico Xavier

Patricia de Paula, Expresso

Cena do filme sobre a vida de Chico Xavier - Foto: Divulgação/ Ique Esteves

As gravações do filme sobre a vida do médium Chico Xavier foram marcadas por vários casos que, certamente, são uma história a parte. As filmagens tiveram uma uma atriz vendo o médium, figurante incorporando um espírito e outros mistérios, como a chuva que parava misteriosamente a cada novo dia de gravação. Nelson Xavier, ator que interpreta o papel principal, conta que sua ligação com Chico foi muito além do sobrenome igual.

- Eu senti a presença dele o tempo todo. Foi o único personagem que eu pedi para fazer e, hoje, acredito em tudo o que ele disse e viveu. Cada vez que penso nele me comovo - disse Nelson, se emocionando novamente.

O ator lembra que, há muitos anos, estava num churrasco quando um rapaz sentou ao seu lado e perguntou se eu ia fazer o papel do espírita.

- Eu disse que não. Aí ele me respondeu que um passarinho havia dito isso para ele e que ele era espírita. Esse foi um dos sinais mais significativos para mim - diz Nelson, que acredita que Chico o escolheu: - Ele me acompanhou durante todo o percurso.

Segundo a atriz Renata Imbriani, que participou das filmagens, Chico realmente estava perto de Nelson. Ela, que é kardecista, conta que viu o espírito do médium durante uma gravação.

- Estava aguardando a minha vez de entrar em cena e o Nelson estava gravando. De repente, vi uma porta entreaberta de onde saiu uma luz muito grande. Era o Chico. Ele apoiou o braço direito do Nelson e ficou todo o tempo energizando ele. O incrível é que, quando ele toca o Nelson ele fica até com a fisionomia igual a do Chico - conta Renata que interpreta uma mulher que perdeu o filho.

Segundo a atriz Rosi Campos, o clima das filmagens foi marcado por uma emoção que parecia estar à flor da pele.

- Todos que estavam no filme queriam muito estar lá. isso criou um clima muito especial nas filmagens. Você se apaixona pela pessoa que ele foi. Foi muito emocionante.

O filme deve ser lançado em 2 de abril de 2010, quando o Chico faria 100 anos.

Emoção no jardim de Chico:

No último dia das gravações, Nelson Xavier teve uma crise de choro. Depois, foi para o jardim, sentou num banco e, talvez sem saber, faz o que Chico costumava fazer ali mesmo: apóia as mãos sobre as pernas e olha para o céu. "Essa cena foi emocionante. Era o jardim dele, as rosas dele".

Até o tempo deu uma forcinha

Em Uberaba fazia um frio horrível e o diretor Daniel Filho disse para ninguém se preocupar porque no dia seguinte faria sol. Não deu outra. Fenômeno parecido aconteceu em São Paulo, quando chovia muito forte em toda a cidade. Só não caiu um pingo no local da filmagem.

Visita inesperada em reunião espírita:

Segundo o diretor, teve uma filmagem de uma reunião espírita, em que, de repente uma senhora recebeu uma entidade. "Paramos a filmagem e esperamos a senhora se recompor".

Pomba branca mostra o caminho:

A atriz Renata Imbriani conta que, antes de sair para gravar começou a rezar pedindo proteção. De repente, uma pomba branca entrou na casa e parou bem na frente dela. "Ela só foi embora quando eu saí. Pensei: estou no caminho certo. O tempo inteiro senti uma energia muito forte e tranquilizadora".

Hamas crianças!

A História Oculta do Mundo Islâmico : A Pedofilia do Hamas

A História Oculta do Mundo: A Pedofilia do Hamas

Enquanto a imprensa exalta os "lutadores da liberdade do Hamas", os "rebeldes", o mundo desconhece uma das histórias mais nojentas de abuso infantil, torturas e sodomização do mundo vinda do fundo dos esgotos de Gaza: os casamentos pedófilos do Hamas que envolvem até crianças de 4 anos. Tudo com a devida autorização da lei do islamismo radical.



Infância perdida, abuso certo: Você ficará calado?

A denúncia é do Phd Paul L. Williams e está publicada no blog thelastcrusade.org e é traduzida com exclusividade no Brasil pelo De Olho Na Mídia (ninguém mais na imprensa nacional pareceu se interessar pelo assunto)

Um evento de gala ocorreu em Gaza. O Hamas foi o patrocinador de um casamento em massa para 450 casais. A maioria dos noivos estava na casa dos 25 aos 30 anos; a maioria das noivas tinham menos de dez anos.

Grandes dignatários muçulmanos, incluindo Mahmud Zahar, um líder do Hamas foram pessoalmente cumprimentar os casais que fizeram parte desta cerimônia tão cuidadosamente planejada.

"Nós estamos felizes em dizer a América que vocês não podem nos negar alegria e felicidade", Zahar falou aos noivos, todos eles vestidos em ternos pretos idênticos e pertencentes ao vizinho campo de refugiados de Jabalia.

Cada noivo recebeu 500 dólares de presente do Hamas

As garotas na pré-puberdade, que estavam vestidas de branco e adornadas com maquiagem excessiva, receberam bouquets de noiva.

"Nós estamos oferecendo este casamento como um presente para o nosso povo que segue firme diante do cerco e da guerra", discursou o homem forte do Hamas no local, Ibrahim Salaf.

As fotos do casamento relatam o resto desta história sórdida




Noivas de 4 a 10 anos: Presentes de 500 dólares
O Centro Internacional Para Pesquisas Sobre Mulheres estima agora que existam 51 milhões de noivas infantis vivendo no planeta Terra e quase todas em países muçulmanos.

Quase 30% destas pequenas noivas apanham regularmente e são molestadas por seus maridos no Egito; mais de 26% sofrem abuso similar na Jordânia.

Todo ano, três milhões de garotas muçulmanas são submetidas a mutilações genitais, de acordo com a UNICEF. A prática ainda não foi proibida em muitos lugares da América.



Nesta hora até a miséria desaparece de Gaza: carros de luxo para meninas reduzidas a lixo
A prática da pedofilia teria base e apoio do islã. O livro Sahih Bukhari em seu quinto capítulo traz que Aisha, uma das esposas de Maomé teria seis anos quando se casou com ele e as primeiras relações íntimas aos nove. O período de espera não teria sido por conta da pouca idade da menina, mas de uma doença que ela tinha na época. Em compensação, Maomé teria sido generoso com a menina: permitiu que ela levasse todos os seus brinquedos e bonecas para sua tenda..

Mais ainda: talvez o mais conhecido de todos os clérigos muçulmanos deste século, o Aiatóla Komeini, defendeu em discursos horripilantes a prática da pedofilia:

Um homem pode obter prazer sexual de uma criança tão jovem quanto um bebê.. Entretanto, ele não pode penetrar; sodomizar a criança não tem problema. Se um homem penetrar e machucar a criança, então ele será responsável pelo seu sustento o resto da vida. A garota entretanto, não fica sendo contada entre suas quatro esposas permanentes. O homem não poderá também se casar com a irmã da garota...É melhor para uma garota casar neste período, quando ela vai começar a menstruar, para que isso ocorra na casa do seu marido e não na casa do seu pai. Todo pai que casar sua filha tão jovem terá assegurado um lugar permanente no céu.


Esta é a história que a mídia não conta, que o mundo se cala e não quer ver, ou que não querem que você saiba. Mas agora você está ciente, não tem mais jeito! Vai ficar calado? Cobre os veículos de mídia, aja! Se você não fizer nada, ninguém poderá salvar estas vítimas inocentes do inferno do Hamas e similares

Espelhos - de um e-mail

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Data:Terça-feira, 29 de setembro de 2009 | 10:46
Assunto:Espelhos

Todos nós ao nascer ganhamos um espelho.

Este espelho é, então, colado no nosso peito. E assim vivemos toda a nossa vida, refletindo o outro e vendo no (espelho do) outro o nosso reflexo.

Hermann Hesse disse: "Se você odeia uma pessoa, odeia algo nela que faz parte de você. O que não faz parte de nós não nos incomoda."Viver considerando isto, vai desenvolvendo nossa compaixão, nossa tolerância, nossa empatia e nossa solidariedade para com as nossas fraquezas e dificuldades e as dos outros.

100% do que somos e vivemos (inclusive o que supomos ser acidentes) é fruto de nossas escolhas e opções. Conscientes ou inconscientes. Desta ou de outras vidas. Viver consciente disto desenvolve nosso discernimento e nossa responsabilidade para com a vida, com as pessoas e com nossas atitudes.

*Livre-se da culpa. A única função da culpa é manter sua auto-estima baixa (por isso algumas religiões fomentam a idéia da culpa para assim manter poder). Transmute a culpa por responsabilidade. Ninguém é culpado de absolutamente nada, mas todos são completamente responsáveis por tudo. Viver assim te torna mais atento e cuidadoso para com toda a existência.

*Desenvolva a aceitação. Sempre que entramos em contato com alguma dificuldade ou fraqueza nossa, através de alguém ou de alguma circunstância, normalmente o primeiro impulso da mente/ego é:

ou nos defendemos, negando e resistindo a entrar em contato (muitas vezes entrando na irritação e na revolta, geralmente imputando a culpa a alguém ou a alguma coisa),

ou entramos na condição de vítimas, mergulhando na baixa auto-estima. Aceite sua natureza humana como ela é e aceite também a sua sombra.

Entenda que você está aqui na Terra para aprender e expandir sua existência. Um Mestre hindu falou: "Errar, ter defeitos, falhas, fraquezas, é seu direito. Trabalhar para transmutar isso tudo é seu dever".

*Tudo no Universo tem duas polaridades: yin/yang, masculino/feminino, positivo/negativo, etc. As emoções e os sentimentos também têm duas polaridades: o outro lado da tristeza é a alegria, do medo é a coragem, da raiva é a energia de realização, do ódio é o amor e o perdão, da ansiedade e da angústia é a calma e o centramento, da baixa auto-estima é a confiança em si mesmo, enfim, nosso grande trabalho de transmutação é estar constantemente reequilibrando estas polaridades. Os hindus diriam que devemos estar sempre transmutando Tamas e Rajas em Sattwa, isto é, trazendo sempre os pensamentos, sentimentos e atos densos, limitadores e negativos, para as freqüências mais sutis.

Viver assim economiza um bocado de energia. Considerando que tudo na vida é passageiro, é mais inteligente procurar mudar a polaridade das coisas e dar a volta por cima do que ficar naufragando constantemente nos mesmos padrões psico-emocionais.

*Desenvolva a neutralidade e a observação. Os índios chamam isto de "visão da águia": sair voando de dentro do burburinho dos eventos e, de cima, com uma perspectiva ampla, observar os acontecimentos sem identificação ou julgamentos.

Ou, em outra comparação: sair de dentro do rio caudaloso de nossa vida - onde estamos imersos até o pescoço - sentar na margem e observar. Quando dentro do rio, imersos até o pescoço, qualquer ondinha nos parece um vagalhão, mas quando nos sentamos à beira do rio, a ondinha novamente vira ondinha, e aí podemos ter uma perspectiva mais correta e um envolvimento menos sofrido com as coisas. Isto desenvolve uma profunda consciência da relatividade dos pontos de vista e, por conseguinte, o redimensionamento da nossa identificação e envolvimento com a transitoriedade da vida.

*Evite as comparações. Lembra do "jardim do vizinho é sempre mais bonito" ? Ledo engano! Grande armadilha!

Mal sabemos que o vizinho ao olhar nosso lado também pensa a mesma coisa sobre algum aspecto de nós...

Considerar este fato, te livra do peso dos julgamentos alheios e te torna mais centrado em teu próprio eixo.

*Os hindus dizem que todas as doenças que existem - sejam físicas, emocionais, psíquicas ou energéticas - derivam, de uma forma ou de outra, de uma única doença: a ignorância de nossa natureza real, a Unidade (eles chamam esta ignorância de avidya e a Unidade de Brahman).Toda a criação é uma grande web onde tudo é interagente, interdependente e holográfico. Realmente não estamos irremediavelmente presos a tempo e espaço e às três dimensões (não só as antigas tradições, mas a física quântica atual afirma amplamente esta questão).

Considerando nossa natureza una, saiba que não há nada fora de você que você precise obter que já não tenha. Está tudo dentro de você, todo o Universo.

Você apenas precisa relembrar sua natureza original, que está pulsando em cada partícula do Universo, em cada pessoa, em cada ser de cada reino. Todo amor, paz e felicidade já estão dentro de você, sempre.Você decididamente não é um pecador.

*Você não é uma pedra bruta que precisa ser lapidada. Você já é uma jóia pronta, maravilhosa, só que recoberta pela poeira desta ignorância primordial. Passar a considerar estas verdades milenares em nossa vida cotidiana desenvolve nossa co-participação consciente no Universo nos seus mais diversos níveis de existência.

*Todo o Universo é consciente! Cada pessoa, cada animal, cada planta, cada pedra, cada célula, cada átomo, cada galáxia... A consciência não é um privilégio do cérebro humano, que é apenas um dos veículos onde esta Consciência se expressa. Esta é a chamada onipresença e onisciência de Deus. Os índios têm formas sofisticadas de entrar em contato e interagir com a consciência subjacente à Natureza. Viver considerando este fato torna tua vida muito mais respeitosa, consciente e responsável.

*Quando a vida nos apresenta algum evento desconfortável, algum obstáculo ou algum confronto, normalmente o que é acionado em nosso corpo/mente é o "automático" lutar ou fugir. A adrenalina está sempre pronta para desencadear ação. Mas a verdade é que na maior parte das vezes não seria necessário lutar nem fugir, bastaria relaxar e observar, e a partir daí agir com consciência, ou então deixar os acontecimentos se desenrolarem naturalmente. Vamos investir mais nas endorfinas! Faça Yoga ou Tai Chi Chuan!Desta forma, em todos os níveis e setores da nossa vida, podemos integrar firmeza e simultaneamente relaxamento - só firmeza gera rigidez e só relaxamento gera moleza !

*Adote a pergunta: "O que é que eu tenho que aprender com isso?". Todas (todas mesmo) as coisas que nos acontecem, vem para nos ensinar. A vida está sempre fazendo suas arrumações para que possamos aprender e evoluir. Por isso alguém já disse: "cuidado com o que você deseja pois pode acontecer!". Nós costumamos achar que quando pedimos à Deus alguma virtude, Ele vai milagrosamente introduzir esta virtude em nossa mente e de repente ficamos pacientes, ou disciplinados, ou tolerantes. Provavelmente o que a vida fará é te proporcionar situações que vão te fazer desenvolver aquela virtude.

*Se você pediu paciência, provavelmente vai atrair pessoas que vão te fazer perdê-la, e aí é que estará o seu aprendizado. Então, sempre que as pessoas ou as circunstâncias te trouxerem desconfortos ou incômodos, ao invés de se revoltar, se ofender ou se entristecer, ou ainda, achar que a culpa é do outro, pergunte à Vida o que esta situação está te obrigando a trabalhar, que virtudes e qualidades você está tendo que desenvolver para lidar com isso de forma harmônica e equilibrada. Este procedimento com certeza vai aumentar enormemente a qualidade de nossa consciência e a conseqüente percepção dos movimentos da vida e do seu sentido.

*Gastamos grande tempo mental ficando angustiados por um passado que não podemos mais mudar e/ou ficando ansiosos por um futuro que ainda não chegou.

Outra grande parte, ainda, gastamos sonhando acordados, delirando os nossos sonhos e desejos. E aí duas coisas ocorrem: uma: sobra pouco tempo para a consciência do aqui-e-agora, o presente, que é onde efetivamente a vida acontece; duas: quando precisamos da mente para as coisas que ela foi feita para funcionar - a nossa vida humana diária - esta mente tem dificuldade em se concentrar, em estar presente, inteira, poderosa, centrada. Concentrando- nos no presente desfrutamos mais da vida. A meditação é um ótimo treinamento para aprender a viver no presente, nos livrando das pré-ocupações e desenvolvendo uma mente verdadeiramente eficiente.

*Infelizmente, ainda vivemos sob a ideologia do "ganha-perde", ou seja, temos muito incutida em nossa cultura a idéia de que para alguém ganhar, alguém precisa perder.

É assim que se construiu, por exemplo, o sistema capitalista. Também é seguindo esta filosofia que está-se destruindo nosso planeta. E é desse ganha-perde que estão impregnadas as nossas relações (lembra da lei de Gérson?). Não só no sentido profissional e financeiro, mas também no emocional e no afetivo. É urgente reimplantar- se o "ganha-ganha" nas relações interpessoais e nas relações do homem com a Natureza. Não existe nenhuma possibilidade de ganho real para nada nem ninguém, em nenhum setor da vida, se este ganho for obtido em detrimento da perda de alguém ou de alguma coisa. Na visão oriental, o Karma Yoga é a técnica que visa reeducar o homem e a sociedade para a verdadeira forma de ganhar.

Este procedimento simples pode transformar toda a perspectiva que temos em relação à vida, entendendo e vivendo na prática a grande lei universal de causa e efeito.

*Atente para a sincronicidade. Uma escritura hindu diz: "Nenhuma folha de grama se mexe sem uma razão".

Nada é casual, mas tudo é intrinsecamente causal. Um outro Mestre disse : "nós falamos com Deus através da oração, e Ele nos fala através da sincronicidade".

O Dr. Jung percebeu que era esta qualidade da Criação que fazia com que as artes divinatórias (I Ching, Tarot, Runas, Búzios) funcionassem. Todo o Universo é Um, portanto tudo é interrelacionado. E a Lei do Karma é quem disciplina este interrelacionamento. Atente para os sinais! O tempo todo o Universo está interagindo com você! Estar atento à sincronicidade desenvolve a intuição e a expansão da percepção do movimento consciente e multidimensional do Universo.

*E finalmente - e sobretudo - "não faças aos outros o que não queres que te façam" ainda é a regra de ouro.

Viver integralmente assim te torna efetivamente consciente, pleno e equilibrado.

Ernani Fornari (Dharmendra).

http://lealdadefeminina.blogspot.com/2009/09/15-dicas-de-bem-estar-nesse-equinocio.html

DUbai não me engana?!

O texto é um resumo da reportagem de Johann Hari, por Lucelena Maia, publicado na Revista Piauí *33*/06/2009.

Então, quem é Johann Hari?

Nascido em 1979, Johann Hari, é um dos jornalistas britânicos mais brilhantes da sua geração.

Colunista do diário The Independent, também escreve reportagens e grandes entrevistas com personalidades de todo o mundo.

Foi nomeado jornalista do ano em 2007 e, em 2008, tornou-se o mais jovem laureado com o George Orwell Prize, atribuído a textos políticos.

Sua Home Page pessoal: http://www.johannhari.com/index.php

O xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, o soberano de Dubai, vendeu-a ao mundo como a cidade das Mil e Uma Luzes, uma Sangri-lá do Oriente Médio protegida das tempestades de areia que assolam a região.

É abril de 2009 e alguma coisa está mudando no sorriso do xeque Mohammed. Nessa terra do Nunca edificada num extremo do mundo, as
rachaduras começam a aparecer. Dubai é uma metafora viva
do mundo globalizado neoliberal que pode estar desmoronando.

Entre os guindastes espalhados por toda parte, muitos estão
paralisados, como que perdidos no tempo, e há inúmeros
canteiros de obras inacabados, num abandono completo.

A canadense Karen Andrews chegou a Dubai quatro anos atrás.
O marido tinha conseguido um bom emprego numa multinacional.
Assim que o casal aterrissou no emirado, em 2005, as apreensões
desapareceram. "Parecia uma Disneylândia para adultos,
com o xeque Mohammed no papel de Mickey", relembra.

"A vida era fantástica". Não tardou muito e Daniel, o marido de Karen, comprou dois imóveis. Mas, pela primeira vez na vida, ele se embaralhou nas finanças. Karen começou a estranhar as confusões financeiras do marido.

Passado um ano, descobriu que Daniel tinha um tumor maligno
no cérebro. "Até então, eu não sabia nada a respeito das leis de Dubai, imaginei que o sistema local deveria ser parecido com o do Canadá, ou de quaquer outra democracia liberal". Ninguém lhe havia contado que em
Dubai não existe o conceito falência. Quem se endividar e não tiver como pagar vai para a cadeia.

Em Dubai, quando um funcionário larga o emprego, o empregador tem o dever de comunicar o fato ao seu banco. Caso tenha dívida em aberto, todas suas contas são bloqueadas e ele fica proibido de sair do país. "De repente, nossos cartões de crédito pararam de funcionar. Fomos despejados do nosso apartamento e não tínhamos mais nada". Daniel foi preso no dia do despejo, condenado a seis meses de prisão diante de uma corte que só falava árabe, sem tradução.

"Agora estou aqui, sem nada, aguardando que ele saia da prisão", explica a mulher. Karen dorme dentro de um Range Rover há meses, no estacionamento de um dos hóteis mais chiques de Dubai, graças à caridade dos funcionários bengaleses, que não tiveram coragem de expulsá-la.

O caso de Karen não é único. Por toda a cidade existem imigrados dormindo clandestinamente nas dunas de areia, no aeroporto ou no próprio carro. "É preciso entender que em Dubai nada é o que aparenta ser", resume a canadense. "Você é atraído pela idéia de um lugar moderno, mas por trás dessa fachada o que temos é uma ditadura medieval."

Trinta anos atrás, quase toda a área onde se ergue hoje o emirado de
Dubai era deserta. Foi quando os ingleses bateram em retirada; a dominavam desde o século XVIII. Até que em 1971, Dubai se juntou a seis pequenos estados vizinhos e formaram a federação dos Emirados Árabes Unidos. A retirada britânica coincidiu com a descoberta de generosos lençóis de petróleo na região.

Al Maktoum decidiu fazer o deserto enriquecer. Planejou construir uma
cidade que se tornasse o centro do turismo e de serviços financeiros, atraindo dinheiro e profissionais do mundo inteiro. Convidou o mundo a seu paraíso fiscal - e o mundo veio, esmagando os habitantes locais, que agora representam só 5% da população total de Dubai.

Em apenas tres décadas uma cidade inteira surgiu do nada. Um salto do
século XVIII para o século XXI em apenas uma geração.

Toda as noite os milhares de peões estrangeiros que constroem Dubai são levados dos canteiros de obras para uma imensidão de concreto, em pleno deserto, distante uma hora da cidade. Ali permanecem isolados. São levados em ônibus fechados, que funcionam como estufas no calor do deserto. São cerca de 300 mil homens que moram amontoados.

Nesse local que fede a esgoto e suor e que foi o primeiro acampamento que visitei, logo fui cercado por moradores, ávidos para desabafar com quem se dispusesse a ouvi-los.

Depois de muito ouvir, indago se o grupo se arrepende de ter vindo. Todos olham para baixo. Depois de um tempo, alguém rompe o silêncio: "Sinto saudade de meu país, da minha família, da minha terra. Aqui, não dá para plantar nada. Só tem petróleo e obras."

Um cidadão inglês que trabalhou no setor de construção me disse:
"Ocorrem inúmeros suicídios nos acampamentos e nas obras, mas ninguém quer tocar no assunto. Dizem que foi acidente."

Um estudo da ONG Human Rights Watch revelou que existe um ocultamento da real extensão das mortes causadas pela exposição ao calor, excesso de trabalho e os suicídios.

Na distância, a cintilante silhueta de Dubai se ergue indiferente.
O dia tem sempre a mesma luminosidade artificial, o mesmo piso brilhante, as mesmas grifes de luxo globais. Neles, Dubai se reduz à sua
essência: compras e mais compras.

Como se sente o cidadão local diante da ocupação de seu país por
estrangeiros? Quando abordados, as mulheres se calam e os homens se ofendem, respondendo secamente que está tudo bem.

Concluo que não é prudente sair perguntando essas coisas para dubaienses. Dubai não é apenas uma cidade vivendo além de seus recursos financeiros. O emirado vive além de seus recursos ecológicos. Dubai bebe o mar. A água dos emirados, dessalinizada em fábricas espalhadas por todo o Golfo, é a mais cara do planeta. Segundo Dr. Raouf, caso a recessão se transforme em depressão, Dubai pode ficar desabastecida. O aquecimento global piora ainda mais a situação.

"Estamos construindo todas essas ilhas artificais, mas se o nível do mar subir afunda tudo..."

Na minha última noite no emirado, já a caminho do aeroporto, parei numa pizzaria perdida em meio às autoestradas. Pergunto à moça
filipina do balcão se ela gosta do lugar. "Gosto", diz ela, inicialmente. "Pois eu detesto", rebato. Ela concorda e desabafa: "Demorei alguns meses para perceber que tudo aqui é falso. Tudo. As palmeiras são falsas, os contratos de trabalho são falsos, as ilhas são falsas, os sorrisos são falsos.. Dubai é como uma miragem. Você acha que avistou água, mas quando chega perto vê que é só areia."

O estacionamento do aeroporto está repleto de carros de luxo, não quitados, abandonados por pessoas que voltaram aos seus países de origem.

(Segundo a reportagem alguns nomes nesse artigo foram modificados)
O artigo é bem mais extenso, mas cuidei em resumir a reportagem de Johann Hari, sem furtar ao leitor entender o que é, de fato, esse
paraíso, chamado Dubai.

Lucelena Maia/ Revista Piauí *33*/06/2009.