Sobre Marco Menezes

Trabalho, basicamente, com Tarot, Reiki, Numerologia e Astrologia. Sou formado em Farmácia pela UFRJ e lido com óleos essenciais, participei de workshops de florais com os principais co-criadores. Atualmente atendo somente online: via Telegram ou Skype. Este blog é apenas uma maneira de ver o mundo que nos cerca, com todas as nuances que for possível vê-lo. Sinta-se à vontade, mas respeite o espaço! ;)

03 agosto 2010

Novo site da equipe da revista UFO

http://www.ufo.com.br/home

In lak' ech

Outro dia eu estava no ônibus e tinha uma galera animada conversando lá nos fundos do ônibus. Eram todos jovens e no meio do papo, um rapaz diz que se o mundo não acabar em 2012, ele conseguirá sei lá o quê (claro que ele estava somente levando a coisa no bom humor).
Fiquei pensando nesta frase e fiquei pensando no número de pessoas que anda alimentando que 2012 será algo demoníaco ou destrutivo ou seja lá quão catastrófico queiram que seja.
Isto me lembrou um livro de Isaac Asimov que em português chamou-se "Escolha a sua catástrofe" ou algo assim. Neste livro ele relacionava possíveis catástrofes que poderiam afetar o nosso futuro, desde o nível macroscópico (eventos cósmicos, por exemplo) até o nível pessoal (poluição, etc).
Eu fico pensando mais: talvez existam pessoas que, ouvindo falar de 2012, devem estar parando a vida, largando tudo, desistindo, se matando, se desestabilizando, etc.
Uma mensagem mal passada pode ser terrível. Se você procurar neste blog, eu tenho algumas considerações e visões sobre 2012.
Mas aqui eu vou tentar me expressar mais pelo lado da sede que temos por um futuro aterrador. Nós temos uma estranha atração pela morbidez de nossa existência, podemos inventar dramas, doenças, tristezas, mortes, desesperos e desconfortos mil somente para alimentar nossa vontade de participar de um mundo mais complicado do que ele mesmo é.
Mas parece muito difícil para nós pararmos um pouco com a tirania da babaquice e colocarmos em andamento a criatividade, a solução, a renovação, o bem-estar.
Provavelmente você já deve ter lido aquela história que diz que se jornal só mostrasse notícia boa não venderia, mas bastou uma morte sensacional todo mundo fica apinhado em torno da foto sangrando ou dos palavrões acusatórios e o jornal fatura.
Quando vejo o ser humano discutindo o fim do mundo e falando horrores e coisas do tipo, eu me pergunto o que ele faria para melhorar as coisas ao redor. O que ele faria para as pessoas baixarem as guardas? O que ele faria para as pessoas serem menos preconceituosas? O que ele faria para as pessoas pararem de enganar a si mesmas assumindo comportamentos que não representam o que elas são? O que ele faria para evitar que os governos se omitam?
Não falo de grandes soluções, não falo de ações dignas de sair na primeira página de um grande jornal ou ganhar o Nobel. Eu estou falando daquele momento ali: família, vizinho, amigo, pessoa amada, filhos, parentes, etc. Eu estou falando sobre si mesmo.
O que você faria para melhorar a vida ao teu redor? Eis uma pergunta muito indecorosa, que se encaramos profundamente pode nos fazer corar ao pensarmos sobre nós mesmos.
Se nós não conseguimos olhar a nós mesmos e os nossos semelhantes de uma maneira mais direta, procurando soluções, como podemos temer o futuro? Sim, pois o futuro é escrito por nós mesmos e se temos medo dele, é porque temos medo de nós mesmos.
Dá para entender que enquanto não melhorarmos o que nós somos, nós não sairemos de uma roda? Dá para entender que se não temos coragem de aceitar nossos medos, nossas fraquezas, nossos verdadeiros anseios, não podemos esperar que o futuro seja melhor do que o presente ou do que o passado?
Havia um programa sobre Astronomia que passava na antiga TV Educativa do Rio de Janeiro (e acho que era produzido pela Cultura de São Paulo), onde o astrônomo discutia sobre a existência de vida extraterrena. Num dado momento ele se perguntava como será que os possíveis alienígenas seriam tratados por nós, pois se fomos capazes, ao longo de nossa curta história, de nos matarmos, imagine o que nós faríamos a quem provavelmente seria diferente de nós.
Se não aceitamos a nossa própria individualidade, como poderemos julgar a individualidade alheia? Se nós vivemos barganhando a nossa sobrevivência o que não faremos para tentar estar lá no futuro? Se nós ainda acreditamos que o dinheiro compra o nosso espaço junto a algo que nem conhecemos, como podemos ser considerados mais do que selvagens por possíveis visitantes extraterrenos? Se nós preferimos nos matar (e já matamos muitos milhões de nós mesmos ao longo da história), como podemos crer que um meteorito é mais catastrófico?
Deveríamos aprender a nos temer menos antes de temer o futuro. É um baita exercício, mas é a maneira que temos para levantarmos a nossa cabeça acima de tudo e acreditarmos que somos maiores do que o que nos querem fazer acreditar. Até lá, é possível que a cada fase de nossa evolução alguém nos faça crer que o mundo está para acabar e que está na hora de você se arrepender. Não se arrependa, simplesmente faça algo de bom por você mesmo, algo que fará você olhar o outro como sendo você mesmo numa outra versão e por isto deve ser respeitado: respeite o outro como deseja ser respeitado, lembra?!
"In lak' ech" é um termo maia que significa "eu sou um outro você". Talvez esta seja uma excelente chave para começarmos a remodelar o nosso futuro.
Inté!