Carta Cigana para o
Mundo em 2025
Rato
por Marco Antonio H. de Menezes
A carta do Rato (ou
dos Ratos), no Baralho Cigano é uma carta relacionada com aqueles erros que
cometemos e que podem trazer dificuldades para a nossa vida. É como se ver
cercado por uma série de desencontros que começam com uma decisão errada ou
começam por negligência. Nós podemos confiar em alguém que na verdade não é
confiável ou podemos ver nossos negócios desandarem por pura desatenção a
certos detalhes ou podemos ser roubados ou podemos cometer erros bobos que em
algum momento trarão resultados desagradáveis.
Em 2024 nós tivemos a
carta da Lua, uma carta relacionada com as emoções, com os mistérios da vida, com
a ansiedade e com a dificuldade para separarmos realidade e ilusão. Foi um bom
ano para quem resolveu aprender a lidar melhor com o seu lado intuitivo. Foi um
ano sujeito a variações de humor, sujeito a problemas psíquicos, sujeito a
variações drásticas de clima e sujeito a falsidades. Era uma carta que pedia
total atenção ao momento presente, para que a ansiedade gerada à custa da
preocupação pelo futuro e para que o apego ao passado não interferissem na
aceitação das mudanças que o momento presente oferece e permite serem feitas.
Se foi possível para
cada um de nós superar os medos, as ilusões, a perda de confiança em nossos
próprios recursos psíquicos e se aprendemos a encarar o que estava oculto, o
que estava sendo reprimido em nossa vida, talvez possamos ter maiores condições
para enfrentar um ano que traz a energia da carta do Rato.
A ansiedade gerada
pelo ano da Lua tende a crescer num ano como o do Rato. Por um lado queremos
acumular, pelo outro tememos perder aquilo que acumularemos ou aquilo que já
possuímos, e isto faz com que deixemos expostos os nossos medos, facilitando a
criação de pontos vulneráveis para a nossa vida. O apego ao que temos, o medo
de não conseguirmos atingir uma perfeição e a vontade de abocanhar cada vez
mais, traz a ruína.
Um bom exemplo é o da
pessoa que está tão preocupada em não perder o que possui, que se torna
desconfiada e até agressiva, podendo tomar atitudes que colocam em risco a vida
e os valores dos outros, além de caminhar para uma estrada que a levará a ter
perdas pessoais e até poderá levar à própria morte. Agora extrapole este
exemplo para um governante, um dono de um negócio ou uma pessoa (ou um grupo de
pessoas) que ocupa um lugar de destaque no mundo. Deu para entender o perigo de
perder o controle somente porque não quer largar um osso? E o tamanho do
problema que o apego pode trazer para todos? O ano do Rato adverte para perigos
como este.
Imagine que cada um
de nós seja um hamster girando dentro da roda. Quanto mais corremos, mais temos
a impressão de que estamos chegando a algum lugar, mas nós estamos apenas
rodando no mesmo lugar, o tempo todo. Nós gastamos energia, mas não percebemos
tal gasto. Só quando sentimos fraqueza e exaustão e diminuímos o ritmo é que nos
damos conta (para nosso espanto e/ou decepção) de que não chegamos àquele lugar
que nos interessava alcançar na vida, apesar do imenso gasto de energia.
A ruína num ano do
Rato pode chegar por perdas financeiras ou por perda de saúde ou pela perda de
tudo aquilo que valorizamos demais em nossa vida. E dependendo do impacto que
tais perdas podem trazer para a nossa vida, nós podemos perder a noção dos
nossos limites.
Portanto, seja num
nível pessoal ou num nível mundial, 2025 pode ser propício para escassez, falências,
perdas, fraudes, golpes, roubos e corrupções num patamar bem mais alto do que o
normal. As causas por tudo isto acontecer estão, geralmente, no passado, pois a
negligência, a desatenção para detalhes, a procrastinação, a preguiça, a
dificuldade para assumir as responsabilidades, a necessidade de resolver algo
sem avaliar o impacto futuro, o otimismo exagerado, a ambição desmedida, o
orgulho desequilibrado, a ganância, a cobiça, a inveja, o egocentrismo, a
egolatria, o narcisismo, o apego às aparências, a necessidade de assumir aquilo
que não se é, são algumas das questões que deixamos crescer ao longo de certos
períodos e só quando vemos um desastre acontecer em nossa vida é que nos damos
conta dos erros que estávamos acumulando.
Os erros são como ratos,
multiplicando-se rapidamente até a formação de uma superpopulação que, para
sobreviver, precisa devorar tudo o que está diante dela, até mesmo os membros
da própria espécie.
Apesar do quadro não
parecer animador, um ano do Rato, como é o caso de 2025, não é um ano de todo
ruim. Os ratos aparecem porque estamos deixando o ambiente propício para eles,
porque não limpamos, porque não nos preocupamos em criar um ambiente mais
agradável para a nossa própria sobrevivência. Quando estamos num ambiente bagunçado,
não sabemos onde fica cada coisa, não sabemos o que possuímos, não conseguimos
visualizar o que nos interessa e tendemos a achar que não temos o que estávamos
procurando e tornamos a comprar o que já possuíamos. O resultado é que, com o
passar do tempo, tudo perde a validade, apodrecendo, oxidando, desfazendo-se,
destruindo-se e contaminando o ambiente, consequentemente atraindo toda sorte
de invasores, de insetos, de microrganismos, de ratos e de outras situações
destrutivas. Portanto, este é um bom ano para reorganizarmos nossa vida,
prestando atenção àquilo que temos acumulado, àquilo que perdeu a validade, àquilo
que não temos utilizado, catalogando cada situação de nossa vida e colocando
tudo em ordem de prioridade e recolocando o foco naquilo que é essencial,
fazendo uma faxina para retirar o excesso e deixar o ambiente mais fácil para
viver. Nós podemos fazer a faxina por vontade própria ou porque a vida nos
obrigará a tomar atitudes drásticas por conta de situações dramáticas.
Bom momento para
reconhecermos e nos livrarmos de vampiros de energia, das pessoas tóxicas e
invasivas, dos relacionamentos degradantes, dos trabalhos desgastantes, dos ambientes
torturantes, assim como pode ser um bom momento para fazermos a dieta e os
tratamentos que realmente poderão trazer bem-estar para a nossa vida. Bom
momento para aprendermos a nos defender de golpes, fraudes e situações que nos
tornam vítimas preferenciais. Bom momento para não negligenciarmos mais as
nossas responsabilidades e para criarmos hábitos mais objetivos e mais
práticos, evitando erros comuns, evitando a procrastinação, evitando a preguiça
mental, evitando que a saúde piore por falta de atenção nossa para conosco
mesmos.
No ano com a energia
da carta do Rato tendemos para a demasiada preocupação com coisas miúdas, com
situações que tiram o foco daquilo que realmente importa, por isto estamos mais
sujeitos a todos os tipos de manipulações. Embora seja um ano sujeito a
escassez pelos mais variados problemas (clima, guerra, desastres, desatenção,
problemas estruturais, etc.), nós estamos sujeitos à propagação de informações
que pintam um quadro pior do que o real. Estas informações podem ser tanto
oficiais quanto oficiosas, e o perigo da propagação está no potencial grau de
manipulação das emoções de uma coletividade. E se isto acontece, as pessoas
podem se tornar medrosas, rancorosas, avarentas, violentas e descontroladas na
defesa de seus limites, sendo capazes de fazer de tudo para garantir suas
existências. Fica o alerta!
É preciso manter a
cabeça no lugar para notar que há soluções e que o horizonte não é tão
tenebroso, assim como é bom manter a cabeça no lugar para não aceitar qualquer
solução imediata como a melhor, pois isto pode levar as pessoas para becos sem
saída. É sempre importante avaliar até que ponto certos discursos são apenas
especulações ou mesmo fruto de ganância.
Os conflitos
internacionais (ou mesmo regionais) que já existam ou que ainda possam ser
desencadeados não serão fáceis de serem controlados, portanto a temperatura
pode subir e a busca pelo poder, talvez, traga imensas devastações até mesmo
para quem não está perto dos conflitos, ou seja, se não tomarmos cuidado
podemos ver muitos inocentes pagando pela inconsequência e ganância de poucos
destrambelhados. Podemos ver a inviabilização da oferta de recursos, inclusive
financeiros por conta da escalada de conflitos. O medo de perder o poder, o
medo de perder o controle, o medo de ver as fronteiras serem destruídas podem
gerar ações defensivas desproporcionais e altamente destrutivas.
A diplomacia pode ser
jogada no lixo, porque as tentativas de entendimentos e acordos tendem a ser corroídas,
pois os lucros, a ganância, a ambição e a cobiça falam mais alto.
A sensação de
impotência diante daquilo que é apresentado pode fazer com que as pessoas
prefiram o caminho mais violento, devorando umas às outras, passando por cima
de qualquer razão ou lei.
Pode ser um ano onde
os ganhos com investimentos exijam um pouco mais de atenção do que o normal,
para que não ocorram grandes perdas.
Como o ano do Rato
pode trazer perdas, seria bom as pessoas reavaliarem os seus projetos, pois um
mínimo erro na revisão, uma desatenção para pequenos detalhes pode ser fatal. E
fatal aqui pode significar inclusive perda de vidas. Tentem imaginar um erro na
construção de um veículo ou de uma edificação ou de uma via de transporte...
Tentem imaginar uma falha que cause pane no sistema elétrico de uma casa ou de
uma rede de transmissão... Tentem imaginar a construção feita num lugar sujeito
a deslizamentos... Sim, são perdas como estas que podem ocorrer numa proporção
maior no ano de 2025. Desastres naturais (causados ou não por questões
climáticas) e acidentes envolvendo meios de transporte podem ceifar vidas numa
proporção mais alta do que a esperada, a não ser que, desde já, seja possível
criar condições para diminuir as chances de elas ocorrerem ou de serem
realmente catastróficas. Quem se previne tem maiores chances de reverter para
melhor as ocorrências. Os ratos possuem uma percepção muito boa para as
minúcias, para os detalhes, para cada mínima situação que esteja fora do
normal. Logo, podemos usar isto nas nossas tarefas diárias para evitarmos o
pior. Quem ganha somos nós mesmos!
O fato é que aquilo
que as pessoas supunham ser eterno, perfeito, incorruptível e inviolável não
será mais desta maneira a partir de um ano que tenha por carta o Rato. Isto
afetará todos os níveis da sociedade, obrigando-a a tomar atitudes que
reorganizem todos os setores, inclusive os financeiros. Os ratos roerão todas
as cordas que prendiam aquilo que, na verdade, parecia seguro. E por pior que
possa parecer um quadro desta natureza, na verdade ele poderá ser útil para que
ocorram renovações. Os custos podem ser altos, mas aquilo que possa vir depois
talvez seja muito mais adequado para a sociedade. Nem sempre as lições são
agradáveis! No entanto, é lógico que tudo depende da maneira como a sociedade
humana acredita que possa responder e resolver cada situação que ocorra em
2025. Talvez seja difícil encontrar e aplicar soluções de imediato, mas, sem
dúvida alguma, ficarão evidentes os pontos fracos, as deficiências e as
vulnerabilidades que afetam o mundo no momento atual.
A carta do Rato pode
evidenciar uma infestação, uma situação anárquica, uma perda marcante, uma
percepção aguda dos nossos erros e do quanto temos nos enganado até agora, no
entanto ela pode ser o sinal vermelho para que nós tenhamos consciência de que
está na hora de começarmos a arrumação de tudo o que estava desorganizado.
Arregace as mangas,
meu caro viajante das estrelas, e limpe os esgotos e todas as migalhas e restos
que estejam espalhados pelo caminho. Recicle a vida para que os ratos não
encontrem motivações para se multiplicarem.
LINK:
Carta Cigana para o Mundo em 2024 – Lua