Brasil em 2021
Por Marco Antonio H. de Menezes
Para fazer este trabalho eu utilizei As Cartas do Caminho Sagrado (de autoria de Jamie Sams, ilustrações de Linda Childers e tradução de Fábio Fernandes, publicado pela Editora Rocco, 2ª edição) e Cartas Xamânicas (de autoria de Jamie Sans e David Carson, ilustrações de Angela C. Werneke e tradução de Pedro Karp Vasquez e Alzira M. Cohen, publicado pela Editora Rocco, 2000).
Para fins de conhecimento de quem seja leigo, eu utilizei a Carta do Caminho Sagrado como a carta principal e a Carta Xamânica como refinadora do significado da carta principal. O método usado é embaralhar as cartas principais (com as imagens voltadas para baixo, sem qualquer possibilidade de visualização das imagens que as diferenciam) e tirar, intuitivamente uma delas. Depois, o mesmo procedimento é feito com as cartas xamânicas, sendo que neste caso, as cartas podem sair invertidas e isto pode dar um significado diferente, portanto o embaralhamento é feito para que elas saiam tanto invertidas, como na sua posição correta.
Antes de tirar as cartas, eu fixei o meu pensamento no Brasil. O meu foco aqui é saber como será o ano de 2021 para o país.
A Carta do Caminho Sagrado que saiu para o Brasil foi a seguinte: Dança do Sol (carta 6), que significa Autossacrifício.
A Carta Xamânica que saiu para o Brasil foi a seguinte: Alce Americano (carta 11), que significa Autoestima.
Se há limitações, há motivos de sobra para sacrificar algo em prol de um patamar maior. O país precisará aprender a deixar de lado tudo o que o limita, tudo o que faz com que os seus horizontes não tenham expansão. O país precisará passar por uma fase aonde terá que aprender a reconhecer os seus erros e os seus abismos estruturais, se deseja ser um lugar que abriga pessoas, negócios, natureza e recursos das mais diversas origens que convivem em harmonia de interesses. Pode ser uma fase marcada por perdas profundas, por dores muito desagradáveis que despertarão a necessidade de entender o que realmente importa ao país. Pode ser um momento de desapego, de percepção daquilo que passou dos limites considerados saudáveis. Por outro lado, é preciso descartar todos os interesses que não visam a união em torno de um ideal e da formatação de uma nação mais comprometida com o bem-estar da comunidade que nela habita e de toda a comunidade humana, sabendo qual a real contribuição que pode trazer para todos. Será um bom momento para descobrir ao que este país deve ser leal e ao que deve dedicar o seu amor, mas repito que isto não virá sem perdas e sem dores. Não é um bom momento para o país alimentar fantasias e se distanciar de suas vocações naturais, mas só o sacrifício e a união em prol de um ideal poderá fazer com que o país saiba diferenciar fantasias de vocações naturais. Fase muito positiva para cultivar mais e melhor a honra, a dignidade e a preocupação por tudo o que esteja sob as asas do país. Será preciso perder o medo de arriscar-se, de confiar nos sonhos, de confiar no amor, de confiar na capacidade criativa e na capacidade para regenerar a solidariedade, o apoio, a união e saber proteger tudo o que pode fazer deste país uma nação mais sólida e mais compreensiva, mais aberta para os caminhos e visões que a vida oferece, mais consciente de seus limites e de suas responsabilidades. A carta da Dança do Sol convida o país, em 2021, para uma cerimônia de sacrifício de tudo aquilo que o prende aos seus medos, aos seus conflitos de interesse, aos seus conceitos mais duros, aos seus procedimentos mais mesquinhos e medíocres, aos seus interesses mais egoístas, pois enquanto estiver preso a tudo isto e a outras limitações, ele terá medo de voar mais alto, terá medo de permitir que as suas visões fluam livremente e terá medo de permitir que em seu solo sejam estabelecidas estruturas que valorizem a criatividade e o respeito por tudo o que nele vive. Não será uma dança agradável, pois através dela o país poderá encarar seus pesadelos, seus mais profundos temores, suas mazelas, suas dúvidas, suas fraquezas e outras facetas desestruturantes que têm impedido o país de crescer e de gerar mais compreensão e amor por si mesmo e pelo mundo. Talvez, em 2021, mais do que em qualquer outro ano, o Brasil sinta o valor de algumas perdas e de ter que sacrificar sua própria carne para poder renascer.
O Alce Americano surge para o país, em 2021, como um totem que permite a ele reconhecer os seus méritos, os seus dons, o seu orgulho. Pode ser uma boa hora para que o país aprenda a olhar para si mesmo e descubra o que de bom tem desenvolvido e o que de bom possui dentro do seu território. É um bom ano para unir gentileza e força, para aprender quando deve delegar poderes e quando deve colocar a mão na massa, para contagiar a todos com o sucesso de si mesmo e com o sucesso dos demais. O que será que o país precisa valorizar mais para se sentir realizado e reconhecido por seus habitantes e pelo mundo? O que o país pode oferecer ao seu povo e ao mundo que traga alegria? O que o país tem de mais cativante e atraente para todos os que nele habitam? Será que o país está sabendo valorizar aquilo que possui? Será que o país está sabendo valorizar aqueles que nele habitam? Será que o país está caminhando em paz e com sabedoria, respeitando a todos que nele habitam? Será que o país tem reconhecido o valor daquilo que é produzido por cada ser que nele habita? Será que o país tem sabido retribuir com amor e com compreensão a todos os que nele habitam? O que levanta a autoestima do país? O Alce Americano urra bem alto pedindo para que o país valorize aquilo que trará orgulho a todos os que nele habitam.
Estas duas cartas mostram que em 2021 o Brasil terá que abrir mão de algo que o incomoda e o diminui perante o mundo e perante aqueles que nele vivem, se quiser recuperar a sua autoestima. Não importa o que aconteça e o que seja sacrificado, mas importa que seja aproveitado este momento para voltar a orgulhar-se daquilo que o país pode trazer de positivo para si e para os demais. Pode ser que os governantes deste país sejam obrigados a cortar algo a partir da própria carne para fazer com que os demais entendam o que precisa ser feito daqui por diante. Pode ser que, em 2021, os governantes do Brasil, sejam aqueles que levarão o país (por vias indiretas, nem sempre por vontade própria ou, às vezes, visando o próprio interesse), a fazer um sacrifício que culminará na reconsideração (pelo próprio país) das suas ações, do seu futuro e do futuro daqueles que nele habitam. Pode ser que o país protagonize ou simplesmente sofra uma grande perda para começar a reconhecer aquilo que realmente deve ser valorizado. O exemplo de alguns, sacrificando-se (voluntariamente ou não) por algo, pode ser o estímulo necessário para que o país acorde para aquilo que deve ser visto como o alvo de seu orgulho daqui por diante.
Espero que tenha sido útil. Eu agradeço por ler e pensar sobre o que foi lido como forma de desenvolver um pensamento mais crítico sobre a realidade que nos cerca, não fazendo das minhas palavras uma verdade, mas um ponto de partida para ampliar os seus horizontes e buscar por mais respostas que abram portas mais estimulantes para a vida.
PS: Lembrando que isto é apenas uma tirada de cartas, por favor, contenham os seus ânimos políticos e entendam que este não é um espaço para desrespeitar as pessoas e nem a mim mesmo.
Mto boa sua jogada. Obrigada
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