Carta cigana para o ano de 2020 no mundo.
"A cruz"
Por Marco Antonio H. de Menezes
O ano de 2019 foi marcado pela carta da Cegonha.
Ali estava sendo gerado algo. O que alguém fez ou deixou de fazer gerou algo
que começará a dar as suas caras a partir de 2020.
Um ano com a marca da Cruz pode não ser muito fácil
para uma pessoa que conta com a sorte, porque o que conta aqui é a resistência
da pessoa, a persistência numa direção, a força de vontade, o afinco e a
resiliência.
Não é uma carta ruim, mas é uma carta que nos
lembra do quanto é necessária dedicação a uma meta para obtermos os resultados
esperados. A Cruz depende do que foi feito e pode ser que nos sintamos presos a
uma postura ou a um critério ou a uma regra para que possamos ver o resultado
final do nosso esforço. É preciso ser muito forte para carregá-la, mas algo nos
diz que ela possui o peso e o tamanho certo que podemos suportar, ainda que
reclamemos dela, ainda que achemos que algo está errado, ainda que queiramos
desistir no meio do caminho, ainda que decidamos dar uma descansada para
recuperar as forças, ainda que fiquemos perguntando, de tanto em tanto tempo,
se já estamos perto do nosso objetivo ou se já chegamos lá.
Então, que caminhemos com muita perseverança e fé
num ano da Cruz, pois o sucesso está intimamente ligado a isto. Não gastemos
tempo depositando nossas energias em sonhos que não podemos alcançar ou para os
quais não trabalhamos anteriormente para realizar. Não gastemos tempo reclamando
disto ou daquilo se não aproveitamos os tempos anteriores para cuidar do que
poderia ser útil para o momento atual. Não culpemos os outros pelo que nós
mesmos fizemos ou deixamos de fazer. A caravana cigana segue pela trilha que o
seu coração pedir para seguir e deve aceitar o destino que a aguarda, não
importa se é bom ou ruim, porque ele é o resultado do que foi gerado
anteriormente.
A Cruz recompensa quem decide, quem assume
posições, quem luta por suas metas, quem persiste, quem entende o momento certo
para mudar e o momento certo para aceitar o que não pode ser mudado. A Cruz faz
com que encaremos o espelho e percebamos quem somos nós, sem retoques e sem
truques, porque a criatividade não nasce daquilo que não somos, mas do
potencial que habita dentro de cada um de nós. Se não temos potencial para
aprender a tocar piano, não poderíamos esperar que nós fôssemos capazes de
compor uma sinfonia para piano e orquestra que mudaria o curso da música para
um novo patamar.
A Cruz move-se pela nossa vida fazendo uso das
certezas, dos limites e das oportunidades que podemos alcançar. Não lutamos
contra ela, nós construímos a partir dela. A Cruz permite a construção de uma
vida, de um processo, de um projeto, de uma linha de desenvolvimento, de uma
linha de raciocínio, de uma forma, de uma fundação, de uma estrutura e de tudo
o que estiver ao nosso alcance.
A Cruz não evita apoios, não evita parcerias, não evita
compartilhamentos, não evita elogios, não evita incentivos, não evita uniões,
não evita casamentos, não evita separações, não evita desvios, não evita o fim
de algo, porque a Cruz é somente o somatório de tudo aquilo que somos. A
interação e a ajuda será sempre algo bom para entrar em nossa vida, principalmente
num ano onde as coisas podem ser difíceis, onde nem tudo pode ser feito somente
com o que temos nas mãos, num mundo onde ninguém é uma ilha o tempo todo. A
nossa cruz pode ser útil para ajudarmos quem precisa de um incentivo para
reconhecer a força e o poder da própria cruz.
E aí chegamos até a humanidade. A Cruz mostra que
este pode ser um ano para a humanidade encarar suas escolhas como indivíduos e
como coletividade. Será que saberemos suportar uns aos outros, ajudando cada
outro a entender o potencial que possui? Será que suportaremos ver e viver o
que escolhemos gerar para a coletividade e assumir as responsabilidades por
isto? Será que saberemos viver num mundo em transformação a ponto de trazer a
nossa contribuição para ele? Será que olharemos para o outro como alguém que
também carrega uma cruz e que isto não é motivo para orgulhos exacerbados e nem
para humilhações descabidas? Será que poderemos inspirar cada outro com
otimismo, com perseverança, com responsabilidade, com boas vibrações, com
humanidade ou preferiremos sobrecarregar a cruz de todos com preconceitos, com
medos, com ameaças, com orgulhos desmedidos, com ostentações, com guerras, com
abusos e com separatismos? Qual a cruz que a humanidade quer erguer: a que
traga equilíbrio entre espírito e matéria ou a que transforma matéria e
espírito num martírio para todos? Qual a cruz que traremos para este planeta: a
da destruição, da ignorância e do apego ou a do cuidado, do respeito e da
renovação positiva da vida?
Este é um momento extremamente poderoso, em termos
de transformações, para a humanidade e é preciso que encaremos as dificuldades
e as responsabilidades que temos para trazer a este planeta uma visão mais
positiva e mais humanitária em lugar de acirrarmos ainda mais as diferenças. O
sucesso da humanidade está em saber que está na hora de rever a forma como anda
carregando a sua cruz e no impacto que isto tem trazido para todos. Cada um
possui a sua cruz individual, mas muitos se deixam seduzir pelo estranho discurso
de deixar que alguém assuma as responsabilidades individuais porque assim tudo
vai ficar bem. A delegação de poderes pode não ser benéfica, porque deixamos de
lado o nosso poder de decidir, de direcionar, de corrigir, de rever, de errar e
acertar, consequentemente, deixamos de aprender, deixamos de exercitar e de
reconhecer os nossos limites individuais e deixamos que nossa delegação de
poderes sobrecarregue os ombros de quem nunca delegou os seus poderes.
A Cruz chega para nós, a humanidade, no ano de 2020
para que saibamos reconhecer qual é a nossa cruz e qual a que estão tentando
impor sobre os nossos ombros. Quem faz uso da cruz para alimentar e fortalecer
mazelas pessoais e quem faz uso da cruz para levantar o nível da humanidade?
Quem faz uso da cruz para irradiar preconceitos e acirrar discórdias e
diferenças e quem faz uso dela para reconhecer no outro um Ser Humano? Quem faz
uso da cruz para comprar e vender a alma das pessoas e quem faz uso da cruz para
fortalecer o reconhecimento e o perfeito e justo uso do poder pessoal em favor
do planeta em que vivemos? Quem faz uso da cruz para sugar a energia das
pessoas e quem faz uso da cruz para contribuir individualmente pelo crescimento
de todos? Estas perguntas podem ser úteis para reconhecermos qual o melhor
caminho a ser trilhado pelo nosso coração durante períodos convulsivos, pesados
e cheios de desvios.
Quem sabe, depois de um ano como este, possamos
olhar para a nossa cruz pessoal não como uma cruz, mas como uma luz, como uma
dádiva, como uma inspiração, como aquilo que realmente somos e do qual nos
alimentamos e com o qual nos sentimos muito bem. Quem sabe aprendamos a
renascer como humanidade, saindo desta roda incessante de mazelas e desprezo
pelo mundo em que vivemos e que é tão rico em potencialidades.
Arregacem as mangas, porque 2020 está chamando a
todos para uma obra genial!!!
Estão prontos?!!
Vamos trabalhar bastante esse ano!!! 🙏🙏
ResponderExcluirMuito bem escrito, amigo! Obrigada pelas dicas preciosas da carta da cruz para 2020!!beijos
ResponderExcluirMensagem de conteúdo profundo e esclarecedor pois muitas da vezes nos enganamos que tudo irá acontecer sem que nada precise ser feito...nada acontece ao acaso.
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