"A torre"

Carta cigana para o mundo no dia de hoje!

"A torre"

Quando o chão escapar dos pés e a objetividade voar pela janela, relaxe um pouco e comece a olhar a realidade sem toda a maquiagem que ela costuma apresentar.

Hoje é um bom dia para encararmos cada passo que temos dado com a lucidez e a verdadeira dimensão, sem voltas, sem trapaças, sem condescendências, sem firulas, sem medo de observar onde temos deixado o ego dominar a cena de tal maneira que nem percebemos que aquilo vai dar em nada ou sabemos que aquilo não vai dar em nada, mas preferimos fugir, mesmo sabendo que um dia a cobrança virá.

A realidade batendo na porta faz com que a nossa torre caia ou nós tenhamos que descer dela, para entendermos que não há nada que façamos por aqui que nos torna melhor do que os demais: nem nossas dietas, nem nossas fortunas, nem nossos amores, nem nossas sexualidades, nem nossas residências, nem nossa cor de pele, nem nossa altura, nem nossa beleza, nem nossa religião, nem nossa espiritualidade, nem nosso time, nem nossa bebida, nem nosso vício, nem nossos sapatos, nem nossas roupas, nem nossas doações, nem nossas boas ações, nem nossos beijos, nem nossos carinhos, enfim nada faz com que uns sejam melhores do que outros, nada faz com que uns sejam superiores aos outros, nada faz com que uns sejam mais isentos do que outros.

O que nos faz bem é sabermos que é saber viver cada momento e agradecer por estarmos ali vibrando com a vida. Esta é a torre mais linda que podemos erguer: a vida no seu momento presente. Cada momento é único, portanto, cada torre tem o seu tempo para existir, tem o seu tempo para ocupar o espaço e para dar vez a outras torres. Cada vez que vivemos somente agora, ficamos mais brilhantes, mais sábios, mais atentos ao que realmente importa para cada um de nós.

A carta de hoje convida-nos a viver este momento, o agora. Talvez isto restitua o chão aos nossos pés e faça com que a nossa objetividade não fuja de nós. Talvez sintamos a realidade como um lugar tão ou mais criativo do que as nossas melhores fugas possam ter sido. Talvez descubramos o nosso lugar no mundo sem que isto nos obrigue a disputar espaços e preferências com outros como se a única coisa que importasse na vida fosse devorar o outro e ser devorado.

E aí, vais descer da torre ou deixar que ela te derrube?

Bom dia!!!