"O lírio"
É tão bom mergulhar num rio, numa cachoeira... Mas é sempre bom saber o que acontece na cabeceira dos rios que vamos visitando para evitar que sejamos pegos de surpresa (uma chuva na cabeceira de um rio pode se tornar um tormento rio abaixo, por exemplo!).
Por vezes, nós nos jogamos de cabeça em uma aventura e não avaliamos as dimensões que elas podem adquirir e quão perigosas podem se tornar para cada um de nós.
A carta de hoje é só uma advertência sobre os perigos de nos encantarmos pela forma e esquecermos o conteúdo. A sedução da forma faz com que abracemos ideias, sentimentos, ideais, discursos, plataformas, visões e muito mais. Tudo isso é visto de uma maneira romântica, ingênua ou baseada na nossa arrogância, na nossa altivez, na nossa ganância, na nossa dificuldade de assumirmos que podemos errar, perder, rever, dar um passo ou mais para trás.
Mas isso, nem de longe, deve ser um desestímulo para quem gosta de aventuras. O importante é saber os limites de tais aventuras. Até que ponto nossas aventuras abrem espaços e até que ponto elas fecham portas e até que ponto tais espaços são úteis e até que ponto tais portas são realmente desnecessárias. Quanto mais aprendemos a lidar com a sedução da forma, mais percebemos a real beleza do conteúdo e mais interessante e vibrante podem ser nossas aventuras.
Você é aquele que abre mão de todas as aventuras ou cai de cabeça em todas as aventuras? Você é aquele que aprende com as aventuras ou aquele que só se aventura por se aventurar?
Bom dia!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário