"O anel"

Carta cigana para o mundo no dia de hoje!
"O anel" ou "A aliança"

Vai casar para fugir ou para viver?
Quando investimos o nosso tempo em algo é preciso que tenhamos em mente até onde estamos dispostos ir em termos de comprometimento.
Será que vamos fundo?
Será que aceitamos os desafios?
Será que aceitamos abrir a mente para o que virá?
Será que aceitamos uma situação só para deixar alguém satisfeito ou para fazermos de conta que somos como os outros desejam que sejamos?
Enfim, com que mentalidade nós mergulhamos ao longo da vida? E se a maturidade cresce com o tempo, nós nos comprometemos a ajudar quem vem depois de nós ou preferimos deixar que as pessoas se lancem às cegas como nós já o fizemos?
Esta é uma semana adequada para percebermos o mundo que temos criado para nós mesmos e, consequentemente, para os demais. Se olharem as cartas que saíram nesta semana, elas estão sinalizando um período de mudança de paradigmas, porque se não dermos a devida atenção para a maneira como nós conduzimos nossa vida até aqui, talvez estejamos fadados a sermos vítimas de nossas próprias cegueiras, cegueiras que não começaram conosco, elas começaram em algum momento com algum antepassado e são perpetuadas ao longo da nossa vida sem que tenhamos noção do poder que temos para questionar nossas direções na vida, além de nem sempre conseguirmos perceber o quanto podemos ajudar as futuras gerações quando decidimos romper com aquelas tradições e heranças.
Olhamos para um casamento de bosta e achamos que ele pode ser levado adiante em nome de uma tradição, em nome de uma religião, mas nunca levamos em conta o que estamos sentindo. Se trabalhamos num emprego mequetrefe, achamos que no final há a compensação de termos um salário, de termos uma aposentadoria, de termos um status, mas aí o tempo passa e tudo que teremos é o vazio de não termos feito o que nós gostaríamos. Levantem em suas vidas quantas coisas tiveram que suportar com a cara amarrada, com a sensação de aprisionamento para satisfazer uma parcela da sociedade. O que realmente ganhamos ao nos aliarmos ao que não nos representa? O que realmente ganhamos ao anelarmos situações que não nos levam até a realização pessoal? Entende onde estão as raposas ou por qual motivo a casa desaba ou onde surgem as tempestades, ou onde alimentamos o nosso egoísmo?
Há sempre alguém que levanta a mão e diz: ahh, mas... Sim, alguns nasceram para isto e outros não conseguem levantar mais as suas cabeças e nem emitirem um pensamento mais ousado e, ainda, defendem de maneira veemente tudo o que está fazendo com que o mundo seja desmantelado. São pessoas que se comprometeram sem perceber que as guerras, as doenças, as iras, as mortes e tudo o mais que nos deixa triste nascem sempre de nossa dificuldade para dizer "sim" ou "não" com convicção, nascem da nossa dificuldade para atendermos a nossa intuição, nascem da nossa dificuldade para entendermos que quando erramos, podemos consertar.
A carta de hoje parece um manifesto libertário e é! É uma puxada de orelha para que comecemos a mudar o mundo dentro de nós, dentro de nossa vida, dentro de nosso lar. Podemos chicotear, expurgar, limpar muita coisa a cada dia e sairmos mais leves, com a consciência tranquila, com passos mais seguros, portando um anel que representa a nossa lealdade a quem realmente nós somos, a nossa lealdade ao que realmente nós sentimos, a nossa lealdade aos nossos verdadeiros compromissos. Esta não é uma jornada para um dia, mas para ser feita todos os dias, apesar de tudo.
Quem quer usar este anel a partir de hoje?
Bom dia!!!